sexta-feira, julho 20, 2007
Elogio de Manuel Monteiro
Está por prestar, parece-me, a justa homenagem a Manuel Monteiro, cidadão exemplar e até ímpar. Não me recordo de outro político de primeira linha (seis anos, salvo erro, seguidos à frente de um dos partidos históricos) que, caído na irrelevância, tenha prosseguido a sua actividade política como se nada fosse: campanha após campanha, semana após semana, petição após petição. Monteiro prossegue, com o mesmo tom e o mesmo sorriso, ainda que não tenha partido, nem apoiantes, nem dinheiro, nem propriamente uma causa ou ideias persistentes. Não se imagina o que ganhe; e no entanto persiste. Numa era de abstenção galopante e demissionismo cívico, é um modelo esquecido, o último ateniense entre os vivos.