segunda-feira, novembro 03, 2008
Uma certa ideia da América (2)
Imagem retirada daqui.
Tem-se assinalado muitas vezes que, se as eleições norte-americanas fossem decididas pelos europeus, Obama ganharia por margem esmagadora. Esta observação tem sido frequentemente feita com uma boa dose de cinismo e mesmo de sarcasmo; afinal de contas, quem vota nas eleições norte-americanas são os norte-americanos. O que se tem notado menos é que esta simpatia dos europeus por Obama, este encantamento, esta mania, revela muita vontade de gostar da América. Porque Obama, seja lá aquilo que venha a ser, é americano - como indivíduo, como personalidade, como imagem, como história de vida. Não é nem podia ser europeu. Se é amor, não é narcisista.
Ora, é muita vontade de gostar da América, depois de anos maus. Mas aqueles mesmos que andaram a distribuir acusações de antiamericanismo («primário», sempre «primário») são os que agora fustigam a credulidade da esquerda e o seu entusiasmo em relação a Obama.
Haja paciência. Eu até era capaz de lhes achar graça, se não vivesse aqui.