Custam-me a perceber os ganhos associados ao facto de Lisboa ter um tratado com o seu nome, mesmo admitindo que o tratado seja «histórico» e duradouro. Alguém foi visitar Maastricht para descobrir o solo fértil do sonho europeu?
O que traz inegável prestígio ao país e à cidade é uma temperatura de 27 graus no fim de Outubro. Quem é o jornalista, burocrata ou dirigente europeu que sai daqui sem vontade de regressar para um fim-de-semana com a namorada?
sexta-feira, outubro 19, 2007
O prestígio de Lisboa
quinta-feira, outubro 18, 2007
A invasão do Iraque
A Turquia prepara-se para invadir o Iraque. George W. Bush avisa que tal opção «não é do interesse da Turquia», «há maneiras melhores de lidar com o assunto do que o envio massivo de tropas para o Iraque». Durão Barroso insta as autoridades turcas «a procurarem uma solução pelo diálogo e no âmbito do Direito Internacional».
A história repete-se - primeiro como tragédia, depois como farsa, dizia Karl Marx. Como tragédia, sim. Mas isto é mais paródia do que farsa.
A história repete-se - primeiro como tragédia, depois como farsa, dizia Karl Marx. Como tragédia, sim. Mas isto é mais paródia do que farsa.
segunda-feira, outubro 15, 2007
sexta-feira, outubro 12, 2007
Reputo
Sobre o dito livro, o Público traz hoje (no Ípsilon) uma recensão que eu reputo de boa. Já o texto do New York Times sobre o mesmo livro eu reputo de muito bom, e o do The Hindu reputo de excelente. Achei também que esta entrevista é melhor do que o livro.
Tudo mentira
No dia 16 de Novembro de 1996, o Paulo Varela Gomes, que havia chegado à Índia talvez dois meses antes, escreveu-me uma carta com a seguinte passagem:
«Estás a ver aquelas fotografias de camponeses asiáticos de turbante na cabeça e telemóvel? (...) É tudo mentira.»
Eis a capa de um livro sobre a Índia recentemente publicado em Portugal:
«Estás a ver aquelas fotografias de camponeses asiáticos de turbante na cabeça e telemóvel? (...) É tudo mentira.»
Eis a capa de um livro sobre a Índia recentemente publicado em Portugal:
Novilíngua
Menezes e Santana anunciaram ontem ter firmado «um acordo de colaboração institucional», que a imprensa e a televisão reproduziram sem pestanejar. «Institucional»? Que eu saiba, Menezes ainda é líder do PSD; mas qual é a instituição que Santana representa? «Institucional» tornou-se sem dúvida das palavras mais esculhambadas da língua portuguesa.
terça-feira, outubro 09, 2007
Palavras difíceis (2)
No editorial do Público de ontem, José Manuel Fernandes insurge-se contra a «defenestração» do cemitério israelita em Lisboa.
Palavras difíceis
No suplemento P2 do Público deste domingo, um artigo sobre a Bélgica assegura que Jacques Brel tem canções capazes de fazer «demover» uma pedra.
terça-feira, outubro 02, 2007
Não esquece
Quando eu era criança, havia uma pichagem lá para os lados do Lumiar (talvez na Avenida Rainha Dona Amélia, não estou certo) que dizia: «Até me dá diarreia/ de ver o Ângelo Correia». Nunca me esquece.
Já se consegue ler este blog no google reader, sem precisar sequer de visitar esta feiíssima página.
Foi assim. Quer dizer, mais ou menos
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Também eu já li o Harry Potter português, o livro que arrasou as tabelas de vendas deste Verão. E, francamente, gostei: da descrição da vida na clandestinidade, de ficar a saber que Hitchcock era o cineasta preferido de Cunhal e das observações da primeira visita à URSS (pp.326-335), que mostram que mesmo Zita Seabra é capaz de escrever notas de viagem mais interessantes que as de Gonçalo Cadilhe. Pessoas que conhecem detalhes do período têm ficado furiosas com as imprecisões e falsidades que Zita Seabra comete; mas custa-me a crer que as pessoas que conhecem detalhes do período não conhecessem Zita. Claro que ela não é escrupulosa, nem é subtil. (Mas não é parva. Já lá vamos.)
Alguns erros factuais são evidentes, mesmo para quem não saiba nada dos meandros da história. Num país onde existissem editores (parece que Zita Seabra é a sua própria editora), ter-se-iam evitado muitas repetições e passagens mais grosseiras. Por exemplo, na p.356 Marx «retoma» no Manifesto Comunista (de 1848) os argumentos de Engels na Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, que é de 1884, quando Marx já residia no cemitério de Highgate. Na p.345, Cunhal é acusado de ser malévolo na escolha de Carlos Brito (em 1980) e Ângelo Veloso (em 1986) para candidatos presidenciais do PCP, no intuito de mais tarde, caso «fosse necessário», os culpar pelos maus resultados; mas até eu me lembro de que as candidaturas de Brito e Veloso nunca foram a votos, nem estiveram para ir.
Pareceu-me judiciosa, e sibilina, a analogia feita por Carlos Gaspar na contracapa: «Zita Seabra é como a França para Tocqueville: pode ser, à vez, objecto de admiração, de ódio, de piedade e de terror, mas nunca de indiferença.» Há ironia, certamente,
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