quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Notícias da Índia

Na Índia, por estes dias, discute-se a possibilidade de que o adultério deixe de ser criminalmente punido.

«Trata-se de uma questão mentirosa», como já explicou M. R. D’souza. «Despenalização eu seria a favor, mas do que se trata é da liberalização do adultério. A partir de agora, a mulher ou o homem vão poder cometer adultério porque sim, sem terem de se justificar perante ninguém.» O economista J. C. Neves acrescentou que «ter um amante passará a ser um símbolo de status, tão normal como comprar um telemóvel novo». Grupos que se opõem à despenalização apresentaram estudos científicos que demonstram que o adultério é causa de graves perturbações psicológicas para os cônjuges, e que o parceiro ofendido sente dor. «Encornar por opção, sabendo que bate um coração?», pergunta um destes movimentos. O antigo ministro da Segurança Social Baghandas Felix acredita que a liberalização resultaria num aumento do número de divórcios, com o seu cortejo de efeitos negativos tanto ao nível psicológico como social, e para as crianças tanto quanto para os pais. Lembra ainda que a Índia é o país do mundo com maior número de pessoas consideradas «pobres» ou «extremamente pobres» segundo os critérios do Banco Mundial, e que o divórcio dos pais é, em todo o mundo, um dos principais factores propiciadores da pobreza das famílias. Estes factos, bem como o risco da propagação descontrolada da SIDA, estão a inquietar largos sectores da população indiana, que receiam as consequências negativas de uma liberalização do adultério. A Índia é, actualmente, o país com a mais alta taxa de crescimento de infectados por HIV em todo o mundo.

Como a pradaria

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Anna Nicole Smith e J. Howard Marshall, no dia em que se casaram

O texto do Economist sobre Anna Nicole Smith é o melhor obituário que tenho lido em muito tempo.

(…) what you saw first, on meeting Ms Smith, were the Breasts. There were only two of them, but they made a whole frontage: huge, compelling, pneumatic. (…) These were celebrated, American breasts, engineered by silicon to be as broad and bountiful as the prairie. (continua.)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

O descobrimento do Brasil


A primeira coisa em que reparei, ao chegar a Bombaim, foi que fazia lembrar o Rio de Janeiro. Mas não liguei muito: a mim tudo faz lembrar o Rio de Janeiro - a baía de Xangai, aos meus olhos, é Copacabana - e de qualquer forma eu estava cansado e não tinha dormido. Depois notei, quando estava no hotel, que o barulho que vinha da rua era parecido, a temperatura do ar, o cheiro, a humidade, o som dos pássaros - porque eu estava nos trópicos. Os passeios de Bombaim fazem lembrar os do Rio de Janeiro: um Rio de Janeiro um pouco mais sujo, mais poeirento, mais desordenado e mais pobre, mas o pavimento e o asfalto são parecidos, e no Rio também se vêem famílias com criancas vivendo na rua e pedindo. Ja Marine Drive é a Avenida Atlântica sem os morros em fundo: basta passear pelo calçadão olhando os prédios modernos dos anos cinquenta na orla marítima; os restaurantes das ruas adjacentes também são parecidos. Voltei a encontrar a Zona Sul em Kemps corner, onde entre duas ruas se ergue um morro com um prédio altíssimo: as escalas são iguais às do Rio, assim como o contraste entre o natural e o construído (infelizmente, não tenho fotografias). De modo que já nao me espantou mesmo nada quando, por acaso, passeando por Deli, tropecei neste pedaço de video. Sinto-me como o Cabral, que ia para a Índia e achou o Brasil.

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Mas ninguém me tinha prevenido para Deli, das cidades mais extraordinárias onde alguma vez estive, talvez mais impressionante do que Roma, e com livrarias pequenas e surpreendentes como Londres ou os Estados Unidos.