terça-feira, janeiro 20, 2009

A minha Obamania atingiu hoje (como se diz das bolsas) máximos históricos.


Salvo erro, a maldita palavra «terrorismo» não apareceu, mas sim uma referência à «network of violence and hatred». Qualquer conservador inteligente reconheceria no discurso de investidura de Obama ecos do melhor do pensamento conservador: a ênfase nas dificuldades, a prudência, responsabilidade, a referência ao passado como património que se mantém vivo. Será no entanto difícil, imagino, encontrar na blogosfera portuguesa quem seja capaz de dizer isso.
Este é o meu pedacinho favorito:
For us, they packed up their few worldly possessions and traveled across oceans in search of a new life.
For us, they toiled in sweatshops and settled the West; endured the lash of the whip and plowed the hard earth.
For us, they fought and died, in places like Concord and Gettysburg; Normandy and Khe Sahn.

History channel

Pensei que fosse possível assistir à tomada de posse do Presidente Obama diretamente pelo canal História.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Eis o artigo do Miguel Esteves Cardoso no Público de ontem (o de hoje também era bom). Depois disto, penso que já estou em condições de ser considerado para as listas de melhores blogues de 2009 a elaborar no fim do ano.

Uma Bimby na boca
Miguel Esteves Cardoso
Público, 07.01.2009

Não minta: há ou não há metade de um bolo-rei na sua vida, neste momento, algures, a olhar para si ou dalguma forma a esperar por si, sem saber o que dele fará?
É a ocasião perfeita para se converter à Gastronomia Mandibular, filha ilegítima de Ferran Adrià e do mítico Pastor-Mastigador-De-Canivete-Em-Punho. Quem não o conhece? É aquele que sucessivamente enfia na boca: pelo canto esquerdo, uma bucha de pão; pelo direito, um naco de queijo e, pela frente - o único acesso que permitem as bochechas distendidas - uma ficha de chouriço. Quando não mais uma clandestina azeitoninha. Finalmente infiltra por uma frecha nos lábios um decilitro de tinto. E logo começa a mastigá-las e a organizá-las internamente ao gosto dele.
Na verdade, todos temos uma Bimby na boca. Com o bolo-rei e um Moscatel faz-se a demonstração. É na boca que se ensopa o bolo com o licor; levando-o ao céu da boca e pousando-o nos molares; fazendo uma cova aqui; separando ali uma passa para degustar; ora reencaminhando um pinhão para ser triturado à parte; ora fazendo uma assemblage de massa de bolo e noz na nave central, para pesar, empapar e saborear antes de ser finalmente passado ao estreito.
A língua é talher, batedeira, Salazar, prato, tabuleiro, balança e mesa de provas. A boca é a cozinha e o cozinheiro. Basta escolher (a dedo) os ingredientes, alinhá-los à sua frente e deixar que a sua Bimby interna faça o resto. Ora eis o autêntico antepassado da cozinha de autor!

quinta-feira, janeiro 01, 2009

1 de Janeiro de 2009

Era uma década inteira. Onde se terá metido?